31 de janeiro de 2022

Após estrear na Europa, o Sesc Pompeia recebe a primeira edição no Brasil da exposição “Amazônia”, do fotógrafo Sebastião Salgado

Idealizada pela curadora Lélia Wanick Salgado, a mostra imersiva é um mergulho no coração da Amazônia e um convite para ver, ouvir e, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de proteger os povos indígenas e preservar o ecossistema imprescindível para o planeta.
A exposição, inaugurada em Paris, Roma e Londres, chega a São Paulo, no Sesc Pompeia, a partir de fevereiro de 2022.

De 15 de fevereiro a 10 de julho, o Sesc Pompeia recebe a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado. A mostra exibe o resultado de sete anos de experiências e expedições fotográficas na Amazônia brasileira. As fotografias - feitas por terra, água e ar - revelam a floresta, rios, montanhas e a vida em 12 comunidades indígenas, em uma Amazônia ainda desconhecida que não cessa de surpreender com a cultura e engenhosidade de seus povos, seus mistérios, sua força e sua incomparável beleza. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes, em sua grande maioria mostradas ao público pela primeira vez.

Idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado, a mostra imersiva, um mergulho no coração da Amazônia, é um convite para ver, ouvir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de proteger os povos indígenas e preservar esse ecossistema imprescindível para o planeta. “Ao projetar ‘Amazônia’, quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, se integrasse com sua exuberante vegetação e com o cotidiano das populações locais”, comenta Lélia.

Para Danilo Santos de Miranda, Diretor do Sesc São Paulo, “realizar o debate acerca de temas cruciais para nosso destino enquanto sociedade consiste numa forma de criação de relações de pertencimento e partilha simbólica, propósitos que orientam as ações do Sesc desde sua fundação em 1946”. E complementa que “a exposição Amazônia cumpre, assim, a manutenção desse projeto de cidadania que, no caso específico da mostra, vislumbra, nos grãos que formam as fotografias, a semeadura nativa de discussões, engajamentos e diálogos que nos dizem respeito necessariamente”.

Acompanhada de uma criação sonora, uma original composição do músico francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons concretos da floresta, a exposição - já inaugurada na França (Museu da Música - Filarmônica de Paris), na Itália (MAXXI Museu, em Roma) e na Inglaterra (Museu da Ciência, em Londres) - também dá voz às comunidades ameríndias. Além das mais de 200 fotografias, são exibidos sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta. “Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado.

A exposição apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão - Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra, revela retratos de índios, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter.

Ao final da exposição, um espaço dedicado ao Instituto Terra apresenta o trabalho realizado por Lélia e Sebastião Salgado desde 1998, que abrange o reflorestamento de uma área de cerca de 600 hectares de Mata Atlântica em Aimorés (MG), além do cultivo de milhões de mudas de árvores em extinção e capacitação de jovens ecologistas para um trabalho contínuo de proteção e conservação da biodiversidade da região.

Edson Franco, CEO Brasil da seguradora multinacional Zurich Insurance Group, patrocinadora global da exposição Amazônia, afirma que: “Por acreditarmos no poder da imagem como instrumento de conscientização sobre as mudanças climáticas, apoiamos este projeto fotográfico de Lélia e Sebastião Salgado, que compartilham a nossa visão e aspiração por um mundo melhor, e com quem já temos estabelecida uma parceria no Instituto Terra”. Acrescenta ainda, que: “Como seguradora, lidamos com impactos climáticos todos os dias e acreditamos que a sensibilização sobre este risco inspirará mais pessoas a tomarem medidas pelo planeta”.  

Depois de São Paulo, a exposição segue para o Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, de 19 de julho de 2022 a 29 de janeiro de 2023. Amazônia vai ainda ser apresentada em Belém, além de estarem previstas outras capitais.

Concertos em São Paulo   
19 e 20 de fevereiro - Sala São Paulo
Sábado às 20h, domingo às 16h

Paralelamente à exposição, foi concebido um concerto especial que mescla em harmonia a sinfonia “Floresta Amazônica”, de Villa-Lobos, com a projeção simultânea, em tela gigante, de fotografias de Sebastião Salgado. O concerto é regido pela maestrina Simone Menezes, com a participação da soprano Camila Titinger. Em São Paulo, haverá duas apresentações na Sala São Paulo, com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo (OJESP), grupo ligado à EMESP Tom Jobim, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerida pela organização social Santa Marcelina Cultura. O recital, com patrocínio exclusivo da Seguradora Zurich, será também apresentado posteriormente no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.